Jornal: Correio Braziliense
Título: “Aprenda a investir em títulos do governo via internet”
Data: 06/09/2010
Crédito: Gabriel Caprioli
Colaboração: Rosana Hessel
Com rentabilidade maior que a paga pelos fundos e pela caderneta, o Tesouro Direto conquista 197 mil investidores.
Aplicar em poupança, escolher um fundo administrado pelo banco ou arriscar uma rentabilidade maior com a compra de ações na bolsa de valores. São algumas das muitas dúvidas que pairam sobre o consumidor quando sobra um pequeno valor no orçamento doméstico ou quando é necessário economizar para um objetivo específico. O que pouca gente sabe é que, atualmente, o pequeno investidor também pode recorrer aos títulos do governo com a mesma facilidade de quem acessa a conta- corrente pela internet(1).
Desde o início de 2002, o Tesouro Nacional mantém o programa Tesouro Direto, criado para oferecer aos investidores pessoa física os mesmos títulos(2) públicos vendidos aos grandes aplicadores institucionais. Com quantias a partir de R$ 150, qualquer cidadão pode passar a ser um credor da União e deter parte da dívida federal. “A grande vantagem para o investidor é poder comprar com, por exemplo, R$ 500, papéis pelo mesmo preço e com as mesmas condições de juros e de rentabilidade prevista obtidas por um banco que adquiriu R$ 300 milhões dos mesmos títulos”, explica o coordenador-geral de Planejamento Estratégico da Dívida Pública, Rodrigo Cabral.
Antes, o cidadão podia ter acesso aos títulos do governo apenas por meio de fundos de investimento, que normalmente possuem em carteira um conjunto de papéis públicos. Cabral destaca que a principal diferença entre essa forma de investimento e o Tesouro Direto é que, no programa, o pequeno investidor pode montar a própria carteira. Já nos fundos mistos (compostos também por ações e outras aplicações), ele apenas se serve da rentabilidade pelo período no qual detém as cotas da aplicação, sem controlar a composição da carteira.
Na prática, ao investir diretamente pelo programa do Tesouro, o pequeno investidor pode adquirir os títulos públicos conforme seus planos. Se estiver comprando um apartamento que ficará pronto em três anos e precisar do dinheiro para pagar as chaves, ele pode aplicar nos pré-fixados, que garantem no momento da aquisição a taxa de rentabilidade. Caso pretenda guardar dinheiro para uma viagem sem data definida, pode optar por aqueles atrelados aos índices de inflação que, ao longo do investimento, mantêm o poder de compra do dinheiro investido.
Além da garantia dada pelo Tesouro Nacional, que torna a aplicação mais segura, o programa oferece uma rentabilidade atrativa, uma vez que os papéis são atrelados à inflação e à taxa básica de juros, a Selic, e o custo de manutenção é relativamente baixo, em comparação com outros fundos de investimentos.
“Para quem não quer correr os riscos da bolsa de valores, investir no Tesouro Direto é muito melhor do que nos fundos, pois alguns possuem taxas de administrações muito elevadas dependendo do valor da aplicação e elas acabam comprometendo a rentabilidade”, comenta o economista Clodoir Vieira, da corretora Souza Barros.
Um levantamento feito mensalmente pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais (Anbima) aponta que o rendimento médio dos títulos públicos nos últimos 12 meses encerrados em agosto foi de 17,11%. No mesmo período, os fundos de renda fixa renderam 10,53%. Já uma simulação feita pelo Tesouro indica que mesmo se a taxa de retorno bruta for semelhante, o programa pode render até 75% mais que um fundo de investimento com custo de administração de 2%. Além disso, pode render também até 34% mais que a poupança, em um mesmo período.
Cadastro
Para poder comprar os títulos públicos via o Tesouro Direto, o pequeno investidor precisará entrar em contato com um dos bancos ou agentes credenciados pelo Tesouro para operar o sistema, pelo site da instituição (leia o passo a passo no quadro). Será cobrado apenas o custo da aplicação, que é de 0,1% sobre o valor da compra, mais 0,3%, ao ano, referentes à custódia dos títulos, que ficam guardados na Câmara Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC). No vencimento dos papéis, cujos prazos variam de um mês até 30 anos, também é descontado o Imposto de Renda. Mas há casos em que é possível optar pelo desconto mensal.
“Os prazos dos títulos variam e o investidor pode escolher em aplicar seis meses, um ano, ou mesmo mais. Isso vai depender de quanto tempo ele pode esperar”, lembra Vieira. Ele indica a compra de títulos pré-fixados para aplicações de até um ano e meio e os pós-fixados para prazos maiores.
Os bancos que operam o sistema têm liberdade de cobrar uma taxa de administração que pode ser fixada livremente entre zero e 4%. Entretanto, Cabral ressalta que algumas instituições não cobram essa taxa e, pelo site do Tesouro Direto, o investidor pode acessar um ranking de agentes de custódia, organizados pela tarifa que cobram, e comparar os custos.
Desde a criação, o programa já atraiu mais de 197 mil investidores. Até julho (último dado disponível), o estoque de títulos na mão dos investidores dessa modalidade era R$ 3,9 bilhões. Do total de operações, 52,04% são de valores abaixo de R$ 5 mil, o que aponta a participação expressiva do pequeno investidor.
Os títulos pré-fixados e atrelados à inflação são os mais procurados e representaram, em julho, 49,71% e 37,57% das vendas, respectivamente. “Nesse fato, você percebe a diferença de perfil do pequeno investidor para o institucional. O primeiro não está interessado em variações da Selic de curto prazo e sim em um resultado de longo prazo”, chama atenção Cabral. Os papéis indexados à variação da taxa básica de juros no período representaram 12,72% das operações.
Já Vieira, da Souza Barros, prefere indicar aos clientes para apostar nos títulos públicos atrelados à Selic. “No fim, a diferença entre os títulos atrelados à Selic e à inflação é mínima, e, em alguns casos, a rentabilidade atrelada à taxa de juros do governo pode até ficar acima da condicionada ao índice de preços. Além disso, a segurança dos papéis atrelados ao índice do governo é maior”, completa.
1 - Acesso fácil
O ambiente na internet do Tesouro Direto permite não apenas a compra e a venda direta dos títulos, mas também concentra um grande número de informações para os interessados. O investidor poderá encontrar tabelas de rentabilidade, uma lista com as dúvidas mais comuns em relação ao programa além de um simulador de investimentos, criado pela BM&FBovespa, no qual é possível “operar” o programa em uma espécie de jogo.
2 - Dívida pública
O governo emite e vende títulos ao mercado financeiro como forma de financiar os gastos da máquina pública. A administração da dívida da União, que hoje ultrapassa R$ 1,6 trilhão, tem por objetivo prorrogar os prazos de pagamento, substituindo os papéis que vencem por outros novos. Quanto mais confiável é a economia de um país, mais seguros são considerados esses títulos que compõem o endividamento do governo.
Fonte: http://www.tesouro.fazenda.gov.br/tesouro_direto/noticias/2010/08092010_aprenda_investir_titulos.asp
Título: “Aprenda a investir em títulos do governo via internet”
Data: 06/09/2010
Crédito: Gabriel Caprioli
Colaboração: Rosana Hessel
Com rentabilidade maior que a paga pelos fundos e pela caderneta, o Tesouro Direto conquista 197 mil investidores.
Aplicar em poupança, escolher um fundo administrado pelo banco ou arriscar uma rentabilidade maior com a compra de ações na bolsa de valores. São algumas das muitas dúvidas que pairam sobre o consumidor quando sobra um pequeno valor no orçamento doméstico ou quando é necessário economizar para um objetivo específico. O que pouca gente sabe é que, atualmente, o pequeno investidor também pode recorrer aos títulos do governo com a mesma facilidade de quem acessa a conta- corrente pela internet(1).
Desde o início de 2002, o Tesouro Nacional mantém o programa Tesouro Direto, criado para oferecer aos investidores pessoa física os mesmos títulos(2) públicos vendidos aos grandes aplicadores institucionais. Com quantias a partir de R$ 150, qualquer cidadão pode passar a ser um credor da União e deter parte da dívida federal. “A grande vantagem para o investidor é poder comprar com, por exemplo, R$ 500, papéis pelo mesmo preço e com as mesmas condições de juros e de rentabilidade prevista obtidas por um banco que adquiriu R$ 300 milhões dos mesmos títulos”, explica o coordenador-geral de Planejamento Estratégico da Dívida Pública, Rodrigo Cabral.
Antes, o cidadão podia ter acesso aos títulos do governo apenas por meio de fundos de investimento, que normalmente possuem em carteira um conjunto de papéis públicos. Cabral destaca que a principal diferença entre essa forma de investimento e o Tesouro Direto é que, no programa, o pequeno investidor pode montar a própria carteira. Já nos fundos mistos (compostos também por ações e outras aplicações), ele apenas se serve da rentabilidade pelo período no qual detém as cotas da aplicação, sem controlar a composição da carteira.
Na prática, ao investir diretamente pelo programa do Tesouro, o pequeno investidor pode adquirir os títulos públicos conforme seus planos. Se estiver comprando um apartamento que ficará pronto em três anos e precisar do dinheiro para pagar as chaves, ele pode aplicar nos pré-fixados, que garantem no momento da aquisição a taxa de rentabilidade. Caso pretenda guardar dinheiro para uma viagem sem data definida, pode optar por aqueles atrelados aos índices de inflação que, ao longo do investimento, mantêm o poder de compra do dinheiro investido.
Além da garantia dada pelo Tesouro Nacional, que torna a aplicação mais segura, o programa oferece uma rentabilidade atrativa, uma vez que os papéis são atrelados à inflação e à taxa básica de juros, a Selic, e o custo de manutenção é relativamente baixo, em comparação com outros fundos de investimentos.
“Para quem não quer correr os riscos da bolsa de valores, investir no Tesouro Direto é muito melhor do que nos fundos, pois alguns possuem taxas de administrações muito elevadas dependendo do valor da aplicação e elas acabam comprometendo a rentabilidade”, comenta o economista Clodoir Vieira, da corretora Souza Barros.
Um levantamento feito mensalmente pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais (Anbima) aponta que o rendimento médio dos títulos públicos nos últimos 12 meses encerrados em agosto foi de 17,11%. No mesmo período, os fundos de renda fixa renderam 10,53%. Já uma simulação feita pelo Tesouro indica que mesmo se a taxa de retorno bruta for semelhante, o programa pode render até 75% mais que um fundo de investimento com custo de administração de 2%. Além disso, pode render também até 34% mais que a poupança, em um mesmo período.
Cadastro
Para poder comprar os títulos públicos via o Tesouro Direto, o pequeno investidor precisará entrar em contato com um dos bancos ou agentes credenciados pelo Tesouro para operar o sistema, pelo site da instituição (leia o passo a passo no quadro). Será cobrado apenas o custo da aplicação, que é de 0,1% sobre o valor da compra, mais 0,3%, ao ano, referentes à custódia dos títulos, que ficam guardados na Câmara Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC). No vencimento dos papéis, cujos prazos variam de um mês até 30 anos, também é descontado o Imposto de Renda. Mas há casos em que é possível optar pelo desconto mensal.
“Os prazos dos títulos variam e o investidor pode escolher em aplicar seis meses, um ano, ou mesmo mais. Isso vai depender de quanto tempo ele pode esperar”, lembra Vieira. Ele indica a compra de títulos pré-fixados para aplicações de até um ano e meio e os pós-fixados para prazos maiores.
Os bancos que operam o sistema têm liberdade de cobrar uma taxa de administração que pode ser fixada livremente entre zero e 4%. Entretanto, Cabral ressalta que algumas instituições não cobram essa taxa e, pelo site do Tesouro Direto, o investidor pode acessar um ranking de agentes de custódia, organizados pela tarifa que cobram, e comparar os custos.
Desde a criação, o programa já atraiu mais de 197 mil investidores. Até julho (último dado disponível), o estoque de títulos na mão dos investidores dessa modalidade era R$ 3,9 bilhões. Do total de operações, 52,04% são de valores abaixo de R$ 5 mil, o que aponta a participação expressiva do pequeno investidor.
Os títulos pré-fixados e atrelados à inflação são os mais procurados e representaram, em julho, 49,71% e 37,57% das vendas, respectivamente. “Nesse fato, você percebe a diferença de perfil do pequeno investidor para o institucional. O primeiro não está interessado em variações da Selic de curto prazo e sim em um resultado de longo prazo”, chama atenção Cabral. Os papéis indexados à variação da taxa básica de juros no período representaram 12,72% das operações.
Já Vieira, da Souza Barros, prefere indicar aos clientes para apostar nos títulos públicos atrelados à Selic. “No fim, a diferença entre os títulos atrelados à Selic e à inflação é mínima, e, em alguns casos, a rentabilidade atrelada à taxa de juros do governo pode até ficar acima da condicionada ao índice de preços. Além disso, a segurança dos papéis atrelados ao índice do governo é maior”, completa.
1 - Acesso fácil
O ambiente na internet do Tesouro Direto permite não apenas a compra e a venda direta dos títulos, mas também concentra um grande número de informações para os interessados. O investidor poderá encontrar tabelas de rentabilidade, uma lista com as dúvidas mais comuns em relação ao programa além de um simulador de investimentos, criado pela BM&FBovespa, no qual é possível “operar” o programa em uma espécie de jogo.
2 - Dívida pública
O governo emite e vende títulos ao mercado financeiro como forma de financiar os gastos da máquina pública. A administração da dívida da União, que hoje ultrapassa R$ 1,6 trilhão, tem por objetivo prorrogar os prazos de pagamento, substituindo os papéis que vencem por outros novos. Quanto mais confiável é a economia de um país, mais seguros são considerados esses títulos que compõem o endividamento do governo.
Fonte: http://www.tesouro.fazenda.gov.br/tesouro_direto/noticias/2010/08092010_aprenda_investir_titulos.asp
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