melhoresfundos.com: Como escolher o melhor fundo de investimento

Como escolher o melhor fundo de investimento

Quando vamos a um supermercado fazer as compras do mês, enfrentamos sempre um dilema em relação a qual produto levar. A decisão por sua vez é tomada baseada na melhor relação custo-benefício, isto é, queremos levar sempre o produto de melhor qualidade pelo menor preço. Quando então nos decidimos a investir nosso dinheiro no mercado financeiro, nos deparamos com um mercado com mais de 10 mil opções de fundos de investimentos em que a grande maioria das vezes nos vemos perdidos. Se o processo de escolha deve seguir o mesmo padrão ao escolher o investimento de melhor custo-benefício, como sei qual o melhor custo de um fundo? E qual me oferece o melhor benefício em relação ao seu risco e retorno? Ao se tratar de escolhas no mercado de fundos de investimentos o dilema parece muito mais complexo e a pergunta que levantamos é: como escolher o melhor fundo de investimento?

Como escolher o melhor fundo de investimento

Como escolher o melhor fundo de investimentos?

Diante dessa grande dificuldade encontrada pela maioria dos investidores que presto assessoria, resolvi fazer não somente um manual para auxiliar nessa tomada de decisões, mas também uma checklist para ser usada toda vez em que se tiver que escolher um novo fundo. Destacarei 8 itens que deverão ser observados em ordem de importância:

  1. Prazo dos investimentos
  2. Objetivo dos investimentos
  3. Perfil de risco do investidor
  4. Categorias e perfis de risco dos fundos
  5. Rentabilidade
  6. Volatilidade
  7. Custos
  8. Equipe de gestão

Apesar de inicialmente assustar a quantidade de itens para levarmos em consideração, veremos ao longo deste artigo que a tomada de decisões é muito mais simples do que parece.

1. Prazo dos investimentos

O prazo dos investimentos deve ser uma das primeiras variáveis a ser considerada, dado que se pretende-se realizar uma aplicação de curto prazo como apenas 1 ano, então fundos de alto risco como os Fundos de Investimento em Ações (FIA) já devem ser eliminados das opções independente do perfil de risco do investidor. Claro que em apenas 1 ano um fundo de alto risco pode apresentar uma rentabilidade muitas vezes superior a de qualquer outro fundo, entretanto o risco assumido para esta aplicação a curto prazo na maioria dos casos é demasiadamente elevado, tornando a alternativa “pouco inteligente”.

O inverso também é verdadeiro. Se o pensamento é para um longuíssimo prazo como 20 ou 30 anos, fundos extremamente conservadores como fundos Referenciados DI devem ser praticamente extintos da carteira ou compor uma participação mínima, uma vez que no longo prazo bons fundos tendem a superar seus benchmarks sejam eles o CDI, IMA-B ou mesmo o Ibovespa.

Como se vê, este primeiro tópico acaba sendo bastante subjetivo, especialmente quando tratarmos de prazos menos extremos, e é justamente nesses casos mais comuns que os outros pontos ganham maior importância.

2. Objetivo dos investimentos

O objetivo dos investimentos e o prazo que se pretende investir muitas vezes tem grande relação entre si. No caso dos objetivos, o que devemos levar em consideração é a precisão do montante que esperamos acumular no final do prazo.

Se por exemplo, o objetivo é investir para comprar um imóvel em 10 anos, é possível assumir riscos logo no início, que deverão se reduzir ao longo do tempo chegando a um risco mínimo quando o objetivo for alcançado. É claro que quanto mais dinheiro melhor, mas se já se o objetivo já foi alcançado antes do prazo, ou se concretiza o objetivo antes da hora (como comprar o imóvel antes do tempo) ou se investe esse dinheiro apenas em renda fixa a partir deste momento, uma vez que não faz o menor sentido arriscar a perda de um objetivo já conquistado.

Agora se o objetivo é apenas tentar acumular o máximo de recursos possível, sem compromisso com nenhum montante no final do prazo, então podemos assumir um elevado risco e investimentos conservadores tornam-se obsoletos.

3. Perfil de risco do investidor

Um ponto que não pode nunca ser deixado de levar em consideração ao fazer qualquer investimento, seja ele em fundos, imóveis, ações ou qualquer outro tipo de aporte é o perfil pessoal que cada pessoa possui. Atualmente 4 perfis são os mais comuns de serem utilizados pela maioria dos especialistas: Conservador, Moderado, Arrojado (também utilizado como moderado-agressivo) e Agressivo.

Não existe o perfil ideal, ou a fórmula mágica exata que todos devemos seguir. Cada pessoa tem um nível de aceitação de risco próprio e tentar seguir um perfil que não condiz  com sua própria realidade pode ser o fator determinante do fracasso nos investimentos ao longo do tempo.

Da mesma forma que um investidor extremamente conservador não suportaria observar uma perda de 5% de seu capital no curto prazo, um investidor muito agressivo simplesmente não perderia tempo investindo seu dinheiro para render os ‘míseros’ 0,4% a.m. da poupança, e preferiria usar esse dinheiro para consumo do que para acumular recursos.

O perfil de risco do investidor por sua vez deve levar em consideração com grande relevância o item prazo principalmente com relação à idade do investidor, uma vez que a medida em que envelhecemos, devemos assumir uma postura cada vez mais conservadora com o objetivo de preservar as conquistas de nossas vidas.

4. Categorias e perfis de risco dos fundos

No Brasil, os fundos são categorizados pela própria CVM em 5 principais tipos:

  1. Fundos Referenciados-DI
  2. Fundos de Investimento em Renda Fixa (FIR)
  3. Fundos de Investimento Multimercado (FIM)
  4. Fundos de Investimento Imobiliário (FII)
  5. Fundos de Investimento em Ações (FIA)

A Anbima ainda subdivide em mais 46 categorias de fundos, que servem para auxiliar o investidor a fazer comparações de fundos que praticam tipos de aplicações semelhantes. O importante aqui será a princípio apenas as categorias utilizadas pela CVM, que nos trazem também a ideia do nível de risco do fundo de acordo com sua categoria em ordem crescente na forma em que apresentei, ou seja, os fundos mais conservadores serão em geral os fundos Referenciado-DI e os mais agressivos serão os Fundos de Investimento em Ações.

5. Rentabilidade

Depois de tantos pontos subjetivos, um ponto fácil, objetivo e geralmente o primeiro a ser levado em consideração pela maioria dos investidores é a rentabilidade. Entretanto, infelizmente esse aspecto nem sempre é tão claro como a água e devemos ter alguns cuidados ao se avaliar a rentabilidade de um fundo.

Um detalhe que nunca se pode deixar escapar é a consistência dos resultados. De nada adianta um fundo que rendeu no acumulado de 5 anos 1000%, sendo que no primeiro ano rendeu 5000% e nos anos seguintes só teve perdas. Essa é uma ilusão que apesar de absurda, é a mais comum de se encontrar entre os investidores de fundos. Por isso é importante sempre olhar a rentabilidade histórica do fundo em gráficos e tabelas.

Um ponto de partida interessante para escolhermos fundos baseado em sua rentabilidade é avaliarmos sua rentabilidade relativa com seu benchmark. Se o benchmark do fundo é o CDI, então o mínimo que se espera desse fundo é que ele supere o CDI na maior parte do tempo, especialmente no longo prazo. Se o benchmark é o Ibovespa, a mesma coisa e assim por diante.

6. Volatilidade

Também com alta relação com a rentabilidade, a volatilidade é uma variável que as vezes acaba enganando. Um fundo pode ter um retorno que supera seu benchmark e ainda com boa consistência ao longo do tempo, mas no curto prazo se o investidor não estiver preparado pode tomar grandes sustos com as chamadas “violinadas” ou “estilingadas” do mercado.

Isso é muito comum de se ver também em Fundos Imobiliários. Investidores que saem do tradicional investimento imobiliário acostumados com a “segurança” de não ter o preço de seus imóveis cotados diariamente em bolsa, acabam realizando prejuízos no curto prazo por desvalorizações temporárias fruto da pura oferta e demanda permitida pela bolsa.

Portanto ao se escolher um fundo é importantíssimo fazer uma escolha que enquadre o perfil de risco do investidor à volatilidade do fundo.

7. Custos

Os custos apesar de termos a impressão de ser uma variável óbvia, isto é, quanto menor melhor, em fundos de investimento não é bem assim que se funciona.

Existem 2  tipos de custos que envolvem os fundos de investimentos: Taxa de administração e Taxa de Performance. Grosseiramente podemos dizer que a primeira é um custo “ruim” que devemos evitar e a segunda um custo “bom” que é até favorável na tomada de decisões. Mas por que?

A taxa de administração de modo geral é uma taxa cobrada pelos fundos apenas para cobrir os custos de estrutura do fundo como o salário dos funcionários que trabalham em sua administração e gestão, custos tributários e financeiros, entre outros. Isto é, quanto menor for esta taxa, melhor, uma vez que não há motivo para que tenhamos que pagar um elevado custo de estrutura de um fundo, especialmente fundos mais simples como fundos Referenciado-DI.

Já a taxa de performance é uma taxa que premia o gestor somente se ele cumprir o seu objetivo, que é superar o benchmark adotado pelo fundo. Em outras palavras, se o gestor conseguir fazer o fundo cumprir o seu objetivo e superar o seu benchmark, você dividirá uma parte de seu lucro com o gestor. Essa taxa pode ser considerada boa, pois não há melhor incentivo do que ganhos financeiros para que o gestor busque com seu máximo empenho elevados e consistentes ganhos nas operações do fundo.

Portanto quando visualizarmos um fundo com elevada taxa de administração e isenção da taxa de performance, tenha certeza de que este não é um bom negócio e dificilmente esse fundo cumprirá seus objetivos.

8. Equipe de gestão

Finalmente o último ponto a ser considerado na escolha de um fundo de investimentos é a sua equipe de gestão. Não que esse ponto seja o fator determinante de sua escolha e até por isso foi colocado em último lugar, mas entre opções equivalentes pode valer a pena escolher a marca mais renomada que na maioria dos casos possui uma estrutura mais sólida e uma equipe de profissionais mais capacitados.

Outra dica importante é dar preferência a estruturas de gestão independentes, isto é, que não são vinculadas a nenhum banco, uma vez que gestoras independentes tem um compromisso maior com os resultados do fundo a medida que precisa manter a fidelidade de seus clientes. Nos bancos, por outro lado, muitas vezes pela comodidade ou falta de tempo para pesquisar e comparar dos investidores, mesmo fundos que tem péssimos resultados acabam mantendo investidores por um longo tempo. É por isso que o compromisso de gestoras independentes nacionais e internacionais acaba sendo na maioria dos casos muito maior.

Conclusão

O ponto chave agora, é nunca cair na famosa zona de conforto e sempre que possível acompanhar e comparar seus fundos de investimentos e aplicações financeiras com outras opções.

Se ainda achar confuso ou mesmo não possuir tempo para pesquisar e acompanhar, existem profissionais que são especializados justamente em auxiliar nessa e outras escolhas de investimentos. Procure por um assessor de investimentos e ganhe tempo, conforto e mais rentabilidade. Essa certamente é uma boa compra em relação à custo-benefício.




Comentários