Pesquisa com base em números da Anbima mostra que apenas um dos dez fundos de ações com maior rentabilidade é gerido por um grande banco.
Nove dos dez fundos de ações mais rentáveis do Brasil em 2010 são administrados por gestoras de recursos independentes, segundo um levantamento feito por EXAME.com a partir de uma consulta aos dados publicados no site Como Investir, da Anbima (a associação dos bancos de investimento e gestoras de recursos). A exceção da lista é o fundo Unibanco Micro Cap FIC FIA, administrado pelo Itaú Unibanco, que ficou em quinto lugar em rentabilidade. Segundo o ranking publicado logo abaixo, o primeiro colocado foi um fundo da gestora de recursos Skopos, que obteve uma rentabilidade de 47,03%, contra apenas 1,04% do Ibovespa.
As gestoras independentes de recursos são, em geral, pequenas empresas que empregam poucos funcionários. A maioria delas é comandada por executivos egressos de grandes bancos que conhecem muito sobre o mercado acionário e deixaram seus empregos para montar uma gestora própria. É comum que essas assets independentes apareçam melhor posicionadas em listas de fundos de ações mais rentáveis porque seus gestores geralmente possuem maior liberdade para comprar e vender papéis.
Já nos grandes bancos, a maioria dos fundos procura não se distanciar muito de índices como o Ibovespa ou o IBrX na hora de alocar o portfólio. Logo, em anos em que o Ibovespa vai mal com em 2010, a vida do gestor acaba sendo mais difícil. Essas amarras impostas fundos de grandes bancos não são impensadas. Se pudessem apostar em quaisquer ações, os resultados do fundo acabariam se distanciando muito do Ibovespa - para o bem e para o mal. O problema seria o risco de perder um cliente que também compra seguros, investe em CDB e renda fixa, toma empréstimos e recebe salário no banco em um ano em que o fundo de ações tenha uma performance muito abaixo do Ibovespa - algo inerente à atividade de gestão em renda variável.
Fonte: Exame
Comentários