A poupança mudou: confira o que fazer

Mesmo com redução da remuneração, caderneta segue atrativa para o pequeno investidor


Desde sexta-feira, o rendimento da poupança está diferente: sempre que a Selic (taxa básica de juros) for menor ou igual a 8,5%, o rendimento da caderneta deixará de ser 0,5% ao mês mais a Taxa Referencial (TR) e passará a ser 70% da Selic mais a TR. Essa medida é válida apenas para os montantes aplicados na caderneta a partir de sexta.

A Selic está em 9% ao ano, mas o Banco Central já indicou que ela pode cair para 8,5% ao ano, na reunião de 30 deste mês.

Com a nova regra e a iminente queda da Selic, a grande dúvida agora é: qual vai ser o impacto dessa mudança nas economias do brasileiro? A poupança ainda é boa opção para guardar o dinheiro? Segundo especialistas, a poupança continuará sendo atrativa, especialmente para os antigos poupadores. "Para quem já aplicou, tende a ser mais vantajoso deixar o dinheiro na poupança o maior tempo possível", afirma Liao Yu Chieh, professor de Finanças do Insper.

Ele comenta que a aplicação continua com a vantagem da alta liquidez, da possibilidade de resgate e depósito a qualquer momento, sem necessidade de um valor mínimo, e isenção do Imposto de Renda (IR).

Avalie seu caso

Já para os novos depósitos, o consultor financeiro Francis Hesse avalia que é preciso analisar caso a caso.

Se o investidor tiver muito dinheiro disponível (acima de R$ 50 mil), poderá conseguir uma rentabilidade maior para o CDB, por exemplo, e esta aplicação pode ser interessante, afirma Letícia Campos, planejadora financeira certificada pelo IBCPF.

Para o pequeno investidor, em geral a aplicação ideal é mesmo a poupança e o Tesouro Direto (títulos do governo). "Dificilmente ele conseguirá acesso a fundos de investimento com taxas de administração baixas," diz ela.

Segundo Miguel Oliveira, da Anefac (Associação dos Executivos de Finanças), para taxas de fundos acima de 1,5% ao ano, a poupança continua sendo a melhor opção mesmo com as mudanças.

A nova poupança continuará mais rentável do que títulos do Tesouro brasileiro se o investimento tiver de ser resgatado antes de seis meses, diz o professor da FGV Samy Dana.

Entenda o que

é a taxa básica de juros, a Selic

A Selic, que foi criada em 1979, é a sigla para Sistema Especial de Liquidação e Custódia. A Selic é considerada a taxa básica porque é usada em operações entre bancos e, por isso, tem influência sobre os juros de toda a economia.

Ela é definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central em reuniões periódicas (a cada 45 dias). A próxima reunião está marcada para o dia 30.

Sempre que a economia está fraca, o BC reduz a Selic, e os bancos são "empurrados" a emprestar dinheiro a custo menor à população, que, assim, consome mais e aquece a economia. O BC faz o inverso, quando a economia está superaquecida.

Fonte: Destak Jornal

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