Por que os brasileiros estão tão felizes se o Brasil não está crescendo bem? - InfoMoney

Por que os brasileiros estão tão felizes se o Brasil não está crescendo bem? - InfoMoney
SÃO PAULO - O PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil não vem crescendo de forma robusta há uns anos, então, por que o povo brasileiro continua satisfeito com a economia? A razão para isto, segundo a revista britânica The Economist, é porque embora o País esteja lutando para voltar a caminhar a passos largos, o rendimento da maioria das famílias está crescendo rapidamente.
Na década após Jim O'Neil, do Goldman Sachs, cunhar o termo BRICs (Brasil, Rússia, Índice e China), em 2001, designado às nações em desenvolvimento com grande potencial de desenvolvimento, a economia brasileira começou a aparecer no mapa. Entre 1995 e 2002, o PIB do Brasil cresceu 2,3% por ano, enquanto nos próximos oito anos a expansão foi de 4%. Mas, o brilho do País começou a ser apagado em 2011, quando o avanço foi de apenas 2,7%, e 0,9% em 2012.
Apesar desse cenário, uma pesquisa do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) apontou que entre dois a três quartos das famílias disseram a situação econômica melhorou, e esperam que fique ainda melhor daqui para frente.


Brasileiros estão felizes - mas há motivo? A resposta é: não, diz The Economist (Thinkstock)

Isso ocorre porque a taxa de desemprego atingiu o nível mais baixo e os salários cresceram confortavelmente acima da inflação, especialmente por conta do aumento do salário mínimo, mas também pela diminuição do mercado de trabalho. Enquanto isso, gradualmente os programas assistencialistas vão tirando boa parte dos brasileiros da miséria. O resultado disso é um crescimento da classe média - e a desconexão entre o avanço do PIB e a experiência real da maioria dos brasileiros.
Então não importa se a economia cresce pouco? A resposta é clara: sim, aponta a reportagem da The Economist. Ou seja, com uma educação fraca e baixos investimentos em infraestrutura, a média de produtividade dos trabalhadores brasileiros continua em apenas um quarto de um americano. E, se o Brasil quiser entrar para a lista dos países mais ricos, terá que melhorar, e muito, seu PIB. Com apenas US$ 11.000,00 per capita, não será o suficiente para ir para outro patamar, não importa o quão justa é a repartição.

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