As perspectivas para as ações de dividendos mais recomendadas do ano

InfoMoney

SÃO PAULO – 2013 definitivamente não está sendo um ano bom para a bolsa de valores brasileira, que já acumula uma queda de quase 20% em menos de sete meses. Ou seja, aplicar no curto prazo, com um cenário como esses, pode não ser uma boa ideia, pois com grande parte dos setores em movimento de queda, as chances de sair de uma operação rápida com lucro são pequenas. Assim, uma boa saída para quem quer ficar no mercado de renda variável é investir a longo prazo, em ações de empresas boas pagadoras de dividendos.


O portal InfoMoney separou as cinco ações de dividendos mais recomendadas pelas corretoras em 2013, até então, e analisou a performance de cada uma delas no primeiro semestre do ano, além de traçar suas perspectivas para o segundo. Dos cinco papéis, Telefônica (VIVT4), Cielo (CIEL3), Taesa (TAEE11), Grendene (GRND3) e Banco do Brasil (BBAS3), quatro deles estão com alta acumulada no ano. A única baixa é do banco estatal, que está com 6,75% de desvalorização até o dia 23 de julho. A elevação da Telefônica no mesmo período é de 7,13%, da Cielo é de 19,38%, da Taesa de 4,36% e da Grendene de 32,96%.


As ações da Telefônica foram as mais recomendadas do ano nas carteiras de dividendos (Divulgação)

As ações da Telefônica foram as mais recomendadas do ano nas carteiras de dividendos (Divulgação)









Telefônica: a campeã dos dividendos no ranking InfoMoney
A Telefônica foi a única empresa a aparecer entre as cinco empresas mais recomendadas de dividendos do ranking InfoMoney, que compila carteiras de ações de dez corretoras, em todos os meses do ano até então. Ela ficou em primeiro lugar do ano ao ser citada 37 vezes em 61 carteiras analisadas desde o início de 2013 e está com uma alta acumulada de 7,13% no mesmo período.

De acordo com o Santander, a companhia de Telecom tem uma atrativa combinação de alta previsibilidade de geração de caixa e altos dividendos (8,9% esperado para 2013). “Numa base relativa, a empresa está melhor posicionada do que seus concorrentes (a TIM tem desafios operacionais e regulatórios e a Oi passa por uma difícil reestruturação operacional/societária), o que inevitavelmente levará a um momento operacional mais previsível e consistente”, disse o Santander, em relatório.

Cielo 
A Cielo ficou em segundo lugar entre as ações mais recomendadas do ano. Suas ações apareceram entre as cinco mais citadas em seis dos sete meses analisados, com presença em 21 portfólios dos 61 compilados pelo InfoMoney desde o começo de 2013. As ações da credenciadora multibandeira estão com uma alta anual de 19,38% até o dia 23 de julho.

Segundo a Bradesco/Ágora, apesar de as ações não terem potencial significativo em termos de ganho de capital, o ativo possui características defensivas e um atrativo retorno em dividendos (dividend yield).

Já de acordo com o Credit Suisse, a Cielo deve incorporar melhores perspectivas de ganhos para os próximos anos, dadas recentes tendências, e alguns fatores-chave ainda devem apoiar a valorização em níveis mais elevados. “Nós estamos otimistas com os resultados da companhia, esperamos um lucro líquido de R$ 657 milhões nos balanços da empresa referentes ao segundo trimestre do ano”, afirmou o banco de investimentos em relatório.

O elevado dividend yield da Taesa
A Taesa ficou em terceiro lugar entre as ações mais recomendadas do ano. Suas ações apareceram em 19 portfólios dos 61 compilados pelo InfoMoney desde o começo de 2013, estando presente entre as cinco mais citadas em quatro dos sete meses analisados. Os papeis da elétrica estão com uma valorização anual de 4,36% até o dia 23 de julho, contra uma queda de 23,67% do Ibovespa no mesmo período.

Para a Um Investimentos, o grande atrativo da Taesa neste momento está ligado diretamente com o investimento a longo prazo com foco no ganho em dividendos. “A companhia possui um perfil defensivo por previsibilidade de geração de caixa (receita anual permitida pré-determinada e reajuste anual pela inflação)”, disse a corretora em relatório. Ainda segundo a Um, o dividend yield está elevado como esperado ( 7% em 2013).

Uma grande empresa em uma fase ótima
A Grendene ficou em quarto lugar entre as ações mais recomendadas do ano. Suas ações apareceram entre as cinco mais citadas em quatro dos sete meses analisados, com presença em 13 portfólios dos 61 compilados pelo InfoMoney desde o começo de 2013. As ações da companhia estão com uma elevação anual expressiva de 32,96% até o dia 23 de julho.

De acordo com a Coinvalores, a companhia permanece reportando bons desempenhos, que estão ancorados na produção em escala de produtos com alto valor agregado, em suas marcas fortes, nos preços acessíveis produzidos a custos que garantem a rentabilidade e na sua boa distribuição. “Continuamos com boas perspectivas para a Grendene, que possui ampla gama de calçados, atingindo diversas classes sociais e faixas etárias. Além disso, Acreditamos que, no futuro, o mercado interno deverá continuar sendo o responsável pela maior parte de seu crescimento e o mercado externo continuará contribuindo para a melhoria das margens”, afirmou a corretora em relatório.

Contudo, a corretora alertou que, tendo em vista que boa parte desse contexto positivo já está precificada nos papéis da companhia, recomenda-se a manutenção de suas ações para carteiras diversificadas. “Acreditamos que a empresa manterá elevado o ROE e dividend yield atrativo”, completou.

Banco do Brasil: a única em queda anual
O Banco do Brasil ficou em quinto lugar entre as ações mais recomendadas do ano. Suas ações apareceram entre as cinco mais citadas em quatro dos sete meses analisados, com presença em 11 portfólios dos 61 compilados pelo InfoMoney desde o começo de 2013. As ações da companhia estão com uma queda anual de 6,75% até o dia 23 de julho.

A Corretora Concórdia recomenda os papéis em sua carteira de dividendo e lembra que o banco estatal é o maior banco do país em ativos, atuando em todos os segmentos de negócios, com destaque para o crédito consignado e agropecuário. "O banco também se destaca por ter o menor índice de inadimplência dentre os grandes bancos", afirmou a corretora em relatório.




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