Bitcoin: saiba como investir e quais são os riscos da moeda virtual

Autor: Leonardo Pires Uller

Bitcoin: saiba como investir e quais são os riscos da moeda virtual

Especialista destaca que os riscos podem envolver desde a volatilidade até a segurança da carteira

SÃO PAULO – Desde o final do ano passado, o bitcoin é um dos assuntos mais comentados no mercado financeiro. A moeda foi criada por uma pessoa (ou grupo de pessoas), que se identifica com o pseudônimo Satoshi Nakamoto em 2009, com o objetivo ser uma moeda sem regulações por parte do estado e livre de pressões políticas.

Todo o destaque que o bitcoin tem na mídia tem motivo: as negociações com a moeda virtual estão mais comuns após a forte valorização - o preço do bitcoin passoui de cerca de US$ 200 no início de novembro de 2013 para o pico de US$ 1.076 no dia 4 de dezembro. Após isso, a moeda registrou  forte queda e vem sendo negociada no patamar de US$ 550 no final de fevereiro de 2014. Além disso, a moeda virtual está sendo aceita em cada vez mais lugares como meio de pagamento o que o torna ainda mais interessante.

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No entanto, o processo de mineração, que consiste em emitir novas moedas através de um programa por computador, fica cada dia mais demorado e custoso. Assim, como entrar nesse mercado sem ser através da “produção” do bitcoin? Existem dois meios principais: ou trocar por moeda "de verdade" em casas de câmbio específicas, como a MercadoBitcoin e a Bitcointoyou ou então trocando por moeda nacional com pessoas que estejam interessadas em sites como o LocalBitcoins.

Riscos elevados
Investir neste tipo de moeda pode ser bastante arriscado e o economista e especialista em moedas digitais Fernando Ulrich destaca três riscos principais. O primeiro é justamente a volatilidade. “O bitcoin é uma moeda muito nova e há incertezas em relação ao seu futuro. Desde que foi criada, a moeda subiu bastante de preço com turbulências e forte volatilidade”, explica o especialista.

O segundo risco é a incerteza regulatória e legal, uma vez que ainda há incertezas quanto à forma que os governos ao redor do mundo vão tratar a moeda. “É importante ressaltar, contudo, que a rede do Bitcoin em si é bastante segura e devido à sua natureza descentralizada é praticamente impossível algum governo conseguir efetivamente regular esse sistema, mas as regulações podem sim coibir o uso”, destaca Ulrich.

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O terceiro problema é a segurança da carteira, uma vez que muitas pessoas não sabem armazenar bens digitais com segurança. Usuários podem ter suas chaves de segurança furtadas por hackers, malwares ou até por descuido pessoal. Assim, é importante saber como armazenar a carteira com segurança. É possível encontrar diversas informações a respeito na internet, incluindo na própria enciclopédia online do Bitcoin em inglês.

Além disso, há o risco de fechamento das bolsas de negociação, como aconteceu com a bolsa de Hong Kong GBL em novembro do ano passado, que desapareceu com US$ 4,1 milhões em bitcoin, ou o caso mais recente da bolsa japonesa Mt.Gox, a maior a negociar a moeda, que saiu do ar essa semana desaparecendo com cerca US$ 350 milhões.

Sobre o comportamento futuro do preço do bitcoin, o especialista explica que existem muitas incertezas, até porque a moeda ainda é muito recente. “Prevejo que a aceitação do Bitcoin pouco a pouco ganhará mais terreno e irá muito além daqueles que o enxerguem apenas como uma forma de investimento ou especulação”, finaliza Ulrich.

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