"Eletrobras pode ser a grande 'porrada' da bolsa, com alta de 400%", diz Empiricus

Fonte: http://m.infomoney.com.br/onde-investir/acoes/noticia/3260279/eletrobras-pode-ser-grande-porrada-bolsa-com-alta-400-diz

No entanto, Roberto Altenhofen, analista da instituição, lembrou e frisou que a recomendação não é para longo prazo e que a operação é de risco

SÃO PAULO – Roberto Altenhofen, analista da Empiricus Research, afirmou que a companhia estatal elétrica, Eletrobras, pode ser a grande ‘porrada’ da bolsa, apesar da alta de 7,94% das ações ordinárias (ELET3) e de 3,52% das preferenciais classe B (ELET6) no intraday desta quinta-feira (27), às 16h16.

Segundo ele, a empresa é operacionalmente ruim, seus ativos de distribuição são queimadores de caixa frequentes e a ingerência política pesa muito sobre ela.

Por isso, uma queda da popularidade da Dilma pode afetar muito.

“A Eletrobras tem sido usada pelo governo para fazer política energética, entrando em leilões que não fazem sentido somente para preencher uma lacuna de demanda”, disse.

“É por isso que, sob a ótica de impactos em potencial do evento (eleições), ela trata-se de uma potencial porrada”, completou.

A primeira justificativa do especialista é que não precisa nem ter a troca de governo (o que não está precificado ainda), pois basta a expectativa de troca para que as ações subam fortemente.

“O pregão de hoje é um forte indício da sensibilidade das cotações a esta dança das expectativas”, disse.

Dentre as estatais, a Eletrobras é a que apresenta a maior assimetria de retornos potenciais.

Altenhofen explicou que, para quem pensou no 0,6x valor patrimonial de Petrobras como argumento de ação descontada, a relação atual de Eletrobras é da ordem de 0,2x valor patrimonial.

Ou seja, se ela cair de forma significativa, pode cair até 0,15x patrimônio, mas, se subir, em um processo de convergência das cotações para o valor patrimonial, a 1x Preço por Valor Patrimonial, ela teria espaço para valorização da ordem de 400%.

“Traduzindo, nos atuais níveis, ELET tem pouco espaço para cair, e todo um Brasilzão de meu Deus caso engate uma trajetória de apreciação”, afirmou.

Além disso, o dividend yield das ações de Eletrobras, com base nas distribuições de 2013, foi de 16%, considerando as cotações de início de ano passado.

Não podemos nos esquecer do riscoAltenhofen lembrou e frisou que a recomendação não é para longo prazo e que a operação é de risco.

“Não estou falando para você casar com as ações, pois a empresa é ruim operacionalmente e não há qualquer evidência consistente de que isso irá mudar - longe disso”, afirmou.

Ele disse que como não se trata de um case clean, fica difícil afirmar categoricamente que a ação vai subir.

Por outro lado, como aposta especulativa baseada nesta volatilidade relacionada às eleições, trata-se sim de uma assimetria extremamente vantajosa.

“Ainda que o nível de dividendos esteja em trajetória descendente, por ora o patamar atual traz uma “garantia” a mais para se apostar na ação”, concluiu.

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