Ainda é possível ter rendimento de R$ 2 mil por mês com R$ 200 mil investidos?

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Ainda é possível ter rendimento de R$ 2 mil por mês com R$ 200 mil investidos?

Mariana d'Ávila

SÃO PAULO – O investidor que aplicava R$ 200 mil em

renda

fixa e esperava um retorno líquido (já descontado o Imposto de Renda) de 1% ao mês, equivalente neste caso a R$ 2 mil mensais, pode não ver mais esse cenário por um tempo indeterminado. Com a provável queda do juro para 12,25% ao ano - o mercado espera um corte de 0,75 ponto percentual na reunião do

Copom

(Comitê de Política Monetária) que termina nesta quarta-feira (22) - os investidores que estavam confortáveis com o rendimento de suas aplicações terão agora que buscar novas alternativas para obter um rendimento maior.

Bruno Ponciano, assessor de investimentos da Equilibrium, diz que atingir 1% de rendimento líquido por mês na renda fixa, sem correr risco de mercado, não é mais possível atualmente, devido ao contexto econômico brasileiro. Ele explica que a expectativa é de que a remuneração continue a cair cada dia mais, e que não há uma previsão de quando o CDI (Certificado de Depósito Interbancário) voltará a subir. “O ciclo de queda só começou e não tem data para acabar”, enfatiza.

Para investidores de renda fixa, Ponciano recomenda papéis atrelados à inflação e papéis prefixados. Segundo ele, também é possível encontrar em aplicações mais sofisticadas, como os fundos de debêntures incentivadas, uma rentabilidade até maior do que este 1% ao mês – no entanto, este tipo de aplicação não deve receber todo o capital do investidor, mas sim uma parte.

Ganho real

Roberto Indech, analista-chefe da Rico Corretora de Investimentos, afirma que muitas pessoas estão olhando apenas para o fator da impossibilidade de se conseguir um retorno de 1% ao mês, como acontecia antigamente, mas que não é apenas isso que deve ser analisado. Segundo ele, é fundamental que o investidor olhe também para a inflação e para o ganho real, visto que ambos influenciam os investimentos.

O assessor explica que em 2015, quando a taxa Selic estava em 14,25% ao ano, a inflação estava a 10,67%. Já em 2016, quando a taxa de juros chegou a 13,75% ao ano, a inflação estava em 6,3%, ou seja, apresentava um ganho real maior do que a do ano anterior. “Acredito que esse ano o ganho real deva ser maior, e que a inflação recue no final de 2017/ começo de 2018”, diz.  

Na opinião de Indech, a melhor opção para obter uma rentabilidade próxima a 1% ao mês é através da aplicação em fundos multimercados, “que apresentam rentabilidades interessantes, principalmente na alocação de recursos que estão precificando essa queda dos juros”.

“Provavelmente haverá uma migração da renda fixa para aplicações com melhor retorno. Os investidores estarão buscando novos recursos, como os fundos multimercados, ao invés dos títulos do Tesouro Direto, por exemplo”, conclui.

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